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Equipe do BEGD discute acesso e permanência de pessoas trans na Universidade

Entrevista realizada com graduanda da UFSC

 

Nesta quarta-feira (25), a equipe da revista Cadernos de Gênero e Diversidade, projeto de extensão com coordenação e edição do Prof. Felipe Fernandes, do Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade (NEIM/BEGD/UFBA), recebeu para um bate-papo Laura Martendal, graduanda em Serviço Social na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que desenvolve uma pesquisa sobre Transexualidade e Mercado Formal de Trabalho, que será apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso em julho próximo. Também são editoras da revista as professoras da UFBA Mariângela Nascimento e Clarice Pinheiro

A estudante Laura Martendal relatou as dificuldades em ser uma mulher transexual no meio acadêmico e social. Segundo ela, no momento do seu ingresso na universidade em 2007 não existiam políticas que contemplassem a causa trans e esta realidade resultou em diversos problemas no seu desempenho e permanência na faculdade. Um dos pontos mais frequentes foi a recusa de professores em chamá-la pelo seu nome, problema compartilhado por outras alunas trans que acabaram se organizando na universidade em torno de uma luta pelas suas causas.

A implementação do uso do nome social de maneira oficializada foi garantida na UFSC em resolução de 24 de Abril de 2012. Hoje, muito mais confiante no meio acadêmico, Laura Martendal lembra de um passado marcado por conflitos e silenciamento em sala de aula, pelo desrespeito à sua condição como mulher trans, encontrando pouco apoio por parte do corpo docente e de funcionários.

Na Universidade Federal da Bahia o nome social também é uma conquista para o acesso e permanência de pessoas trans. De acordo com a Resolução nº. 01/2014, aprovada pelo CONSEPE em 18/06/2014, estudante da UFBA, cujo nome oficial não reflita adequadamente sua identidade de gênero, tem a possibilidade de uso e de inclusão nos registros acadêmicos do seu nome social. Todavia, além desse direito, é preciso assegurar o respeito dos docentes e discentes de forma geral, combatendo situações que causam constrangimento, distanciamento, e provável evasão da vida acadêmica das pessoas trans.

Cadernos de Gênero e Diversidade - revista do Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade da UFBA é uma publicação anual dedicada a divulgar resultados de pesquisas e intervenções de interesse dos Estudos de Gênero, Estudos Étnico-Raciais, Estudos de Sexualidade e outros campos envolvidos com questões de diversidade.  A primeira publicação está prevista para o mês de Outubro. A revista aceitará contribuições nos seguintes formatos: Artigos, Ensaios, Diários de Campo, Dossiês e Resenhas. Publicará ainda os resumos das monografias defendidas no Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade da UFBA. Para participar da seleção para a publicação, o prazo para o envio dos textos é até o dia 31 de maio deste ano. Para mais informações, acessar o site: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/cadernosbegd/index