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Estudantes indígenas se encontram em Salvador

Evento discute permanência na universidade

Espaço de Afirmação, Protagonismo e Diálogos Interculturais: Descolonizando o Pensamento é o tema geral do V Encontro Nacional de Estudantes Indígenas (ENEI), que se iniciou nesta segunda dia 11 e segue até a sexta-feira, dia 15/09, no Museu de Ciência e Tecnologia da UNEB, em Salvador.

 O evento conta com patrocínio da UFBA, que abraçou a ideia desde que o Núcleo de Estudantes Indígenas da universidade propôs trazer uma edição do encontro para Salvador. Na abertura do evento, a pró-reitora Cassia Maciel, da PROAE (Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil), representou o reitor João Carlos Salles e salientou a necessidade de um diálogo mais aprofundado com os saberes dos povos indígenas, incorporando-os na produção de conhecimento da universidade. Também ressaltou o evento como um momento oportuno para discutir ações afirmativas de acesso e permanência para os estudantes indígenas no ensino superior. “Queremos que a produção de saberes se dê de uma forma mais simétrica, e que a entrada de estudantes indígenas aumente e se reflita na função social da universidade, tenha impacto no que a universidade produz”, afirmou.

Os encontros de estudantes indígenas surgiram principalmente pela necessidade de discutir entrada e permanência na universidade, conta Kahu Pataxó, estudante de direito da UFBA e membro da organização. A partir daí surgiu a necessidade de se refletir melhor sobre o que estes estudantes estavam levando de volta para suas comunidades, bem como sobre a sua produção acadêmica.

Uma das características desta edição é uma maior ênfase na luta geral dos povos indígenas, valorizando suas lideranças tradicionais. Isso se refletiu já na mesa de abertura, que contou com a presença dos caciques Babau, Aruan e Nailton Pataxó Hãe Hãe Hãe. Coordenador de honra do encontro, Cacique Babau falou da relação entre os saberes tradicionais indígenas e a academia: “Meu avô nos ensinou que perdemos nossa terra porque não tínhamos o conhecimento do branco, só sabíamos do que era nosso. E falou pra gente - É preciso que vocês vão às escolas deles e aprendam o que eles sabem para usar contra eles mesmos!”. Afirmou ainda: “esse país foi invadido mas ele é nosso, e vamos reconstruir ele dentro do território que nós temos”. Elogiou os avanços das políticas de cotas, mas mencionou o anseio de construir uma “universidade indígena, liderada por indígenas”.

O encontro segue até sexta-feira, com uma programação diversificada. Mais informações podem ser encontradas nas páginas: http://bahiaenei.wixsite.com/v-enei/https://www.facebook.com/V-ENEI-BAHIA-2017-1353411161349798/