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Grupo com alunos da UFBA vence competição internacional de inovação promovida pela Nasa

Projeto superou 2.076 outros dos quatro cantos do mundo

 

Um projeto elaborado por três estudantes da UFBA e dois estudantes da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) ficou entre os seis vencedores da maior competição de inovação em programação computacional do mundo, o hackhaton Nasa Space Apps Challenge 2019, promovido pela agência espacial norte-americana.

O projeto – um dispositivo a ser instalado em cascos de navios a fim de remover boa parte da sujeira dos oceanos – é de autoria coletiva do grupo “Cafeína”, formado pelos estudantes do curso de administração da UFBA Antonio Rocha, de 18 anos, Pedro Dantas, 19, e Genilson Brito, 18, e pelos alunos da Ucsal Ramon de Almeida, 22, de engenharia química, e Thiago Barbosa, 23, análise de desenvolvimento de sistemas. O grupo venceu, primeiro, a etapa local, realizada em outubro de 2019 (leia a matéria publicada no Edgardigital) e, em seguida, foi selecionado como uma das 30 melhores ideias do mundo. Agora, eles irão visitar a sede da Nasa nos Estados Unidos para apresentar o projeto, que poderá ser desenvolvido com apoio da agência norte-americana.

“É muito gratificante para a equipe ver nossa ideia, que ajudará o planeta, sendo desenvolvida e tornando do mundo um lugar melhor”, disse Genilson Brito. Para ele, é uma honra vencer o mundial: “só prova que as pessoas do nosso meio são muito boas e criativas e que só é preciso dar a elas oportunidade e incentivo para esses talentos aparecerem e brilharem”.

A formação da base da equipe e o incentivo para participarem da competição surgiu durante a disciplina Informática Aplicada à Administração, ministrada pela professora Isabel Sartori, da Escola de Administração da UFBA (Eaufba). A convite da professora, uma palestra da representante oficial do Nasa Space na Bahia, Leka Hattori, diretora na Bahia do Founder Institute (maior aceleradora de startups do Vale do Silício), apresentou a competição aos estudantes (confira o momento em Leka Hattori anuncia a equipe cafeína como vencedora da etapa local da competição da Nasa, no instagram de Hattori).

“Encaro o resultado como um fruto da política de renovação da Escola de Administração da UFBA, que completa 60 anos, um projeto coletivo de empreendedorismo e inovação com foco nos alunos, voltado para a sociedade e articulado com ações de ensino, pesquisa e extensão. Um incentivo para que continuemos empreendendo a diversidade na adversidade”, diz Sartori, que também coordena o núcleo de extensão da Eaufba. Ela parabeniza os estudantes “pela dedicação, projeto, prêmio e, principalmente, pelos ideais de melhoria do nosso planeta”.

O diretor da Escola de Administração (Eaufba), Horácio Hastenreiter Filho, também celebrou a vitória dos jovens. “É um feito digno de nota, por conta do que representam a competição e a Nasa.” Para ele, a conquista evidencia umas das grandes forças da universidade, que é a integração entre diferentes áreas do conhecimento. “Quando a gente aproxima alunos de administração com estudantes de engenharia e ciência da computação, vemos essa diferença, não só de conhecimento, mas de culturas, interagindo para problematizar e achar uma solução conjunta. Isso faz toda diferença”, avalia.

O projeto premiado chama-se Ocean Ride (“carona pelo oceano”, em tradução livre) e superou outros 2.076 concorrentes de 230 cidades e 83 países diferentes, integrando o seleto grupo de seis ideias premiadas. A ideia é baseada em um dispositivo acoplado a navios cargueiros para fazer uma espécie de varredura nos oceanos e coletar um dos principais vilões da natureza, os microplásticos – partículas de dimensões inferiores a cinco milímetros resultantes da degradação de plásticos maiores, que afetam a vida marítima e, consequentemente, a saúde humana.
 
O equipamento, que ainda é uma ideia, inspira-se no Gerador de Van Der Graff, uma máquina eletrostática criada em 1929. No projeto do grupo Cafeína, esse gerador ganharia a função de atrair e recolher os resíduos plásticos próximos aos navios. O lixo marítimo coletado iria para terra firme, onde seria descartado de modo apropriado, tornando-se, assim, menos danoso ao meio ambiente.