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Livro registra histórias de filhos de mulheres presidiárias

Obra é o primeiro livro-reportagem da Edufba


 

“Na contramão dos espetáculos de horror, eis um livro construído com os tijolos da sensibilidade e ternura.” Estas são as palavras do diretor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Prof. Giovandro Marcus Ferreira, sobre o livro Filhos do Cárcere, de autoria da jornalista Aline D’Eça, que será lançado no dia 6 de outubro, a partir das 19h. O primeiro livro-reportagem publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) terá o lançamento promovido no Café Primaz, localizado na Avenida Leovigildo Filgueiras, no bairro do Garcia. O trabalho Filhos do cárcere proporciona um encontro com o rejeitado mundo prisional. Numa escrita envolvente, faz o leitor percorrer o dia-a-dia do Complexo Penal Feminino em Salvador, a partir dos filhos e filhas de mulheres prisioneiras que ali estão cumprindo pena. Depois que os indivíduos infratores chegam ao cárcere, principalmen­te os pobres e desconhecidos, não mais interessam notícias sobre eles, mui­to menos sobre as implicações sociais de seu aprisionamento.
O fato de crianças serem geradas, nascerem e viverem no ambiente carcerário, expostas a todo tipo de risco, é um desses fatores desconhecidos por parcela da população. O tema, apesar de não ser novo, não costuma ser divulgado pela imprensa. Na Bahia, além de não encontrar nos veículos jornalísticos notícias sobre esse assunto, inexistiam pesquisas de outras áreas do conhecimento sobre o tema. Diante da situação surgiu a ideia de abordá-lo por meio de um trabalho jornalístico que pudesse apresentar à sociedade uma perspectiva pouco conhecida do sistema penitenciário. A intenção do trabalho é ir além dos crimes e do noticiável, na tentativa de uma aproximação com o real. Números podem ser importantes, mas não mais que histórias de vida, não mais que as pessoas. Filhos do cárcere prova que é possível um jornalismo cívico, que clama por cidadania e, ao mesmo tempo, que sacode a sociedade desenhando pequenos movimentos, cristalizando olhares e gestos que passam despercebidos no dia-a-dia, mas que são essenciais no mosaico da vida humana.